quarta-feira, outubro 08, 2008
Dom Salvador
Ainda a madrugada riscava o céu
quando D. Salvador
envolto por denso nevoeiro sebastiânico
chegou.
Acredita ser cavaleiro andante
mas não transporta em si
os sonhos de lutar contra moinhos de vento e gigantes
não tem uma Dulcinéia, uma musa, uma inspiração
alguém por quem lute
até contra o vento dos moinhos
na escalada de montanhas
na travessia de desertos
ou no cruzar dos mares.
Sem calor e sem amor
vive na escuridão
rasga o vento e o tempo
com pesadelos e delírios
perde o juízo
entende ser o salvador
da república verbal
herdeiro da caixa de Pandora.
Sem moral e sem pudor
nesta intensa verborreia
despreza a memória de seu pai
e corrói o cordão umbilical.
Eis a antítese de D. Quixote!
D. Salvador de tez pálida
tronco curvado
falando ríspidamente
ou de sorriso sem nexo
ou chorando a vida
perdida que não soube viver
inferno do qual não se liberta
revelando a intolerância dos falsos profetas
como águia devoradora do imortal e regenerador fígado
o seu tormento prolonga-se.
Quem o salvará? Sabará?
Queluz, 08 de Outubro de 2008
João Mariano
quando D. Salvador
envolto por denso nevoeiro sebastiânico
chegou.
Acredita ser cavaleiro andante
mas não transporta em si
os sonhos de lutar contra moinhos de vento e gigantes
não tem uma Dulcinéia, uma musa, uma inspiração
alguém por quem lute
até contra o vento dos moinhos
na escalada de montanhas
na travessia de desertos
ou no cruzar dos mares.
Sem calor e sem amor
vive na escuridão
rasga o vento e o tempo
com pesadelos e delírios
perde o juízo
entende ser o salvador
da república verbal
herdeiro da caixa de Pandora.
Sem moral e sem pudor
nesta intensa verborreia
despreza a memória de seu pai
e corrói o cordão umbilical.
Eis a antítese de D. Quixote!
D. Salvador de tez pálida
tronco curvado
falando ríspidamente
ou de sorriso sem nexo
ou chorando a vida
perdida que não soube viver
inferno do qual não se liberta
revelando a intolerância dos falsos profetas
como águia devoradora do imortal e regenerador fígado
o seu tormento prolonga-se.
Quem o salvará? Sabará?
Queluz, 08 de Outubro de 2008
João Mariano
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