quarta-feira, dezembro 13, 2006

A propósito do filho-da-puta e do filho-de-puta

"Não adore outros deuses, Adore-me. Eu sou Javé, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egípto, da casa dos escravos. Não terás outros deuses em desafio ao Deus de Abraão."

Dize o aviso n.º 5421/2001, 2.ª Série do Diário da República n.º 82, de 6 de Abril de 2001: "concurso interno para provimento de um lugar de telefonista no quadro de pessoal do Tribunal da Comarca de Santiago do Cacém." E, acrescenta em tom sóbrio: "em cumprimento da al. h) do art. 9.º da Constituição da República Portuguesa, a Administração Pública, enquanto entidade empregadora, promove activamente uma política de oportunidades entre homens e mulheres no acesso ao emprego e na progressão profissional, providenciando escrupulosamente no sentido de evitar toda e qualquer forma de discriminação."
Por outro lado, e, no mesmo tom acrescenta (para além de outros tons) que o candidato/a deverá possuir a escolaridade mínima obrigatória, conforme o disposto na al. c) do n.º 1 do art. 10.º do Decreto-Lei n.º 204/98, de 11 de Julho.
Depois de muitas instruções, curvas e meta-curvas, o republicano aviso, junta em anexo, legislação para estudo: Decretos-Lei, Leis, os Dez Mandamentos, digo, Dez Princípios Éticos da Administração Pública, etc..
O aviso em estudo tem sintomas profundos de diarreia mental crónica, vejamos:
- Promove um artifício, excepto se a mulher for muda-surda-paraplégica;
- A escolaridade mínima, em conformidade com os deuses, vai até ao 9.º ano. Nessa escolaridade obrigatória não se estuda o Direito... (têm a disciplina de Educação Sexual?).
- Telefonista/o com conhecimentos do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Pública, Direitos e Deveres na Função Pública e Deontologia Profissional? Mini-curso de Direito Administrativo? Quais são os direitos e deveres de uma telefonista privada, com deontologia? Em suma: quem é filho de quem? Os funcionários não devem reger-se segundo critérios de honestidade e integridade de carácter?

Procura-se, dentro de nós: soberania; dignidade humana; vontade popular; empenhamento na construção de uma sociedade livre, justa e solidária (transformação numa sociedade sem classes).
Quem é filho-da-puta?

João Mariano

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