I
Foi um caminho longo
sem pausas e de costas voltadas
nada fazia prever o sentido
embora no rumo das estradas
tocasse apenas um hino decadente.
II
Estranhas e velhas as cantigas
em dissonantes notas
ecoando em paredes antigas
cujo destino não foi traçado
nas estrelas longínquas
mas no chão batido e pisado
da terra que não pariu.
III
Agora, desconcertante, surge o passado
esse tempo que não é estático
que surpreende sem aviso prévio
como se fosse navio sem rumo
procurando sem encontrar
a enseada d’areia branca da sua âncora.
Na terra que não pariu
o chão batido e pisado não floriu.
João Mariano
quarta-feira, março 30, 2011
quarta-feira, março 23, 2011
Docemente para ti
meu amor
por estar preso
a esta cadeia de ferro,
que me veda
de ir ao teu encontro,
mas não impede
o desejo de ser contigo intensamente,
apenas sei, ó minha primavera,
que sem ti a luz já não existe.
Todavia,
nesta penumbra meio esquecida
da vela de estearina que me ilumina
anseio o cume extenso
em que o nosso amor se aninha.
João Mariano
meu amor
por estar preso
a esta cadeia de ferro,
que me veda
de ir ao teu encontro,
mas não impede
o desejo de ser contigo intensamente,
apenas sei, ó minha primavera,
que sem ti a luz já não existe.
Todavia,
nesta penumbra meio esquecida
da vela de estearina que me ilumina
anseio o cume extenso
em que o nosso amor se aninha.
João Mariano
sexta-feira, março 18, 2011
Pequena estrela do nosso jardim ou Silêncio
Nesta área plana
coberta de areia ou de pequenos seixos
que confina com o mar
a tarde caiu e com o aproximar da noite
surgiste distante e formosa
balançando suavemente o corpo
como embarcação de pequenas dimensões e sem coberta.
Nossos olhos cruzaram-se reciprocamente.
Como corpos marinhos
ligados ao oceano, estrela do nosso jardim,
mergulhamos
na grande massa e extensão de água salgada
abraçados, sem bulício e sem sons dissonantes
contemplando a esfera celeste
e assim recolhidos ficamos
como se tivéssemos cessado de falar
ou de produzir qualquer som.
Nossos lábios uniram-se
e na maré cheia a lua nasceu.
João Mariano
http://www.youtube.com/watch?v=F4y90M9-tP8
coberta de areia ou de pequenos seixos
que confina com o mar
a tarde caiu e com o aproximar da noite
surgiste distante e formosa
balançando suavemente o corpo
como embarcação de pequenas dimensões e sem coberta.
Nossos olhos cruzaram-se reciprocamente.
Como corpos marinhos
ligados ao oceano, estrela do nosso jardim,
mergulhamos
na grande massa e extensão de água salgada
abraçados, sem bulício e sem sons dissonantes
contemplando a esfera celeste
e assim recolhidos ficamos
como se tivéssemos cessado de falar
ou de produzir qualquer som.
Nossos lábios uniram-se
e na maré cheia a lua nasceu.
João Mariano
http://www.youtube.com/watch?v=F4y90M9-tP8
Finge que te conheces a ti próprio e serás feliz!
O Sócrates, não o filósofo ateniense, que se dedicava à maiêutica (parto das ideias) dos cidadãos de Atenas, levando-os a colocar em causa os seus juízos de valor acerca de determinado assunto, conduzindo-os a novas ideias do tema em discussão, mas, o José, o engenheiro, pertence a uma geração, que quer ser e não é limpa. É assética. Aparenta ser e não é ambientalista, utiliza veículo automóvel eléctrico para o retrato, é dada ao exercício físico para adquirir dotes físicos e não refresca as ideias morais, éticas e intelectuais. Gosta de gente bonita por dentro (?) e frequenta as passarelas da moda, tem o capricho da educação e a prática dos usos da gente fina, mas não tem instrução, polidez e cortesia.
É uma geração que se vale de uma concepção do ser, que lhe dá armas argumentativas para embaraçar e colocar em contradição os seus oponentes, validando a sua actividade de mago das palavras, de criador de imagens e simulacros daquilo que será o bom, o belo e o justo funcionamento da cidade e do cidadão.
Finge que te conheces a ti próprio e serás feliz!
João Mariano
É uma geração que se vale de uma concepção do ser, que lhe dá armas argumentativas para embaraçar e colocar em contradição os seus oponentes, validando a sua actividade de mago das palavras, de criador de imagens e simulacros daquilo que será o bom, o belo e o justo funcionamento da cidade e do cidadão.
Finge que te conheces a ti próprio e serás feliz!
João Mariano
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