quarta-feira, março 30, 2011

Pedra solta

I
Foi um caminho longo
sem pausas e de costas voltadas
nada fazia prever o sentido
embora no rumo das estradas
tocasse apenas um hino decadente.

II
Estranhas e velhas as cantigas
em dissonantes notas
ecoando em paredes antigas
cujo destino não foi traçado
nas estrelas longínquas
mas no chão batido e pisado
da terra que não pariu.

III
Agora, desconcertante, surge o passado
esse tempo que não é estático
que surpreende sem aviso prévio
como se fosse navio sem rumo
procurando sem encontrar
a enseada d’areia branca da sua âncora.

Na terra que não pariu
o chão batido e pisado não floriu.

João Mariano

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