domingo, novembro 05, 2006

Encontro

O Baile (ou encontro)

Toca a viola
Toca o tambor
Assim vai o baile.

Dança dali, come daqui.

Gentes alegres.
Última moda, roda última.

Vestidos de fim-de-semana,
Calças de início-de-semana.

Conceitos vários
unidos no salão nobre dos bombeiros.

Fim de série.
Descansar.

Ei! uma cerveja.

Toca a viola
Toca o tambor e recomeça a vida que não esquecemos.
A menina dança?
Danço!
Bailam alegres…
Janta comigo?

Tu

Tristeza linda
Enfeitiçada pela mão da bruxa
Não contes a ninguém,
Que te vi linda e pura
pura como águas cristalinas de um rio.

Não pares, corre…
Livre como o vento voa…
Livre como o mar ondula…
Segue o rumo da estrela brilhante
Não contes a ninguém
Que te vi linda e pura.

E assim vamos a correr pela planície coberta de flores de sabor a trigo.
Girámos à volta do trigo, com cheiro a papoila.
O sol brilha, as nuvens sorriem. O rio pulula entre as pedras. O melro canta a sua canção.
Como é bela a natureza.

Calamidade

O mar está calmo.
O céu está calmo?
O tempo está calmo.
Está tudo calmo?
Ele está calmo.
Tu estás calmo?
O peixe está calmo.
O vento está calmo.
Tudo está calmo.

Eu não tenho calma.
O olmo não está calmo.
A alma não está alma.

Fico sentado na cama
E sinto o vento vibrar
nas arestas da janela
Como se fosse dentro de mim.
Estou preocupado com o meu chinfrim.
De resto nada resta, nesta aresta do meu ser.

Coisas

Saíu o comboio das cinco.
Apanha-se o carro das cinco e cinco.
Ora, cinco e cinco faz dez,
dez noves fora um.
Quem é um?
A reunião de todos os números?
Uma banana será a banana?

Alegria de viver
sentindo o aroma
da flor silvestre.
Incomoda-me o barulho,
o barulho das máquinas,
o cheiro enjoa-me.

Como é bom ouvir o silêncio das árvores
O murmurar do rio,
A alegria das flores
O cantar melódico do pássaro…
e a angustia
a angustia penetrando como espada estafada.

JonhBenzina

Sem comentários: