sábado, outubro 28, 2006

Jôn

Para João Gabriel, meu sobrinho



Era uma vez um Jôn. Jôn vinha de longe.
Ele, o Jôn, tinha o jota de Joaquim e o “ôn” de nhô Toninho.
Nesse dia, Jôn apanhou o comboio
e nessa linha transportou a mochila que trazia às costas.
Jôn estava feliz e contente.
Trazia consigo a alegria do regresso e os olhos rasos de água.
Jôn sabia, que a partida modifica as pessoas.
Elas ficam na linha do horizonte,
mas a presença delas permanecia dentro dele.
Jôn também trazia uma fotografia no bolso da camisa.
Era uma fotografia antiga.
Jôn pequenino dormia com a fotografia debaixo da almofada.
Nos dias de mais saudade mirava a fotografia
e olhando para as estrelas no céu pensava:
eles vêem as mesmas estrelas do que eu?



João Mariano

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